Uma dúvida muito comum no consultório é o paciente afirmar que tem as duas condições como se fossem sinônimos.
Mas será que as 2 condições são a mesma coisa?
Artrose
É uma condição clínica na qual há um desgaste da cartilagem articular, onde os mecanismo de reparo dessa articulação não acontece da mesma maneira na qual ela é degradada. Esse processo pode ser decorrente de várias condições, mas sem dúvida a idade é o fator de risco mais associado. Não a toa, é a doença reumatológica mais prevalente nos consultórios. Além disso, componentes genéticos também se mostram aumentados na artrose, sobretudo em artrose de mãos, onde o paciente relembra que avós ou pais já tinham mãos mais “deformadas”.
A sensação de dores em aspecto de “agulhada” nas pontas do dedo com aumento do volume das articulações, com rigidez na movimentação das mãos bem como a dificuldade em realizar algumas atividades domésticas chamam atenção. A artrose não se limita as mãos, mas todas as articulações do corpo. Joelho é um local clássico de acometimento da artrose, com paciente relatando dificuldade e dor as caminhadas, subir e descer escadas, sensação de instabilidade do joelho, como se fosse “sair do lugar” e eventualmente inchaço.
Artrite
Já a artrite é um nome para uma condição inflamatória das articulações. Seu nome reflete mais de 50 condições reumatológicas (artrite reumatoide, artrite psoriásica, artrite idiopática juvenil,...) e não necessariamente uma doença por si só. Sua marca registrada é uma dificuldade na movimentação das articulações com rigidez matinal de no mínimo 30 minutos, ou seja, o paciente nota uma sensação que a articulação está “fria” e o fato de movimenta-la por mais tempo facilita sua mobilidade e diminui em parte a sua dor. Nela percebe-se claramente inchaço das articulações. Paciente com outras doenças autoimunes, psoríase, tabagismo tem maior risco de ter artrite.
Da mesma maneira que artrite e artrose, como vimos, não são sinônimos, o tratamento também é diferente. A artrose o uso de antiinflamatórios, analgésicos simples, opióidesfracos, viscosuplementação e infiltração com glicocorticoides são opções a depender do grau de acometimento. Já a depender do tipo de artrite envolve drogas mais específicas desde medicações mais simples como hidroxicloroquina, metotrexato e drogas mais avançadas como os imunobiológicos (golimumabe, tocilizumabe, upadacitinibe ...)
Fato é que a reumatologia mudou e muito na última década, com medicações cada vez mais seguras e permitindo que o paciente viva uma vida sem dor. Procure um reumatologista !
Gabriel Caetano Pereira
Médico Reumatologista
Mestrando em Medicina Interna pela Universidade Federal do Paraná
Membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia
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